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Saiba quais são os principais exames para identificar as causas de infertilidade

Para alguns casais, engravidar é um desafio e as técnicas de reprodução assistida podem auxiliar a vencê-lo. A infertilidade é caracterizada após um ano de tentativas de gestar e pode ser classificada como primária, quando a paciente nunca engravidou, ou secundária, quando já houve gestação anterior.

Como a idade é um fator determinante nessa conquista, para pacientes do sexo feminino acima de 35 anos a investigação de possíveis fatores relacionados à infertilidade é realizada após seis meses de tentativas.

“Nos casos em que a paciente e/ou o parceiro possuem já algum fator conhecido de infertilidade, a investigação de outros possíveis fatores associados também é antecipada, podendo ser realizada já na primeira consulta”, explica Raquel Guimarães, ginecologista com capacitação em Reprodução Humana da clínica Genesis Brasília.

PRIMEIRA CONSULTA – Para diagnosticar as causas da dificuldade em ter filhos, o casal deve procurar um médico especialista. Na primeira consulta,o profissional conduz uma conversa detalhada sobre o histórico de vida da paciente e seu parceiro, e recomenda a realização de exames para identificar possíveis fatores de risco e/ou causas para a infertilidade.

“A maioria das pacientes já vêm tentando engravidar há algum tempo e quando se encaixam nos critérios de infertilidade, já são solicitados os exames de investigação”, explica.

Além disso, é importante que tanto o homem quanto a mulher sejam avaliados simultaneamente. Desta forma, o médico consegue ter uma visão completa do quadro para propor um tratamento.

EXAMES – Os exames para investigação da infertilidade procuram, basicamente, avaliar a reserva ovariana da mulher, avaliação das trompas uterinas e a produção de espermatozoides do homem. “Para avaliação da reserva ovariana existem vários hormônios que podem ser estudados, mas os mais utilizados por terem relação mais fidedigna são 1) exame de sangue com dosagem do hormônio FSH e hormônio anti-mulleriano e 2) ultrassonografia transvaginal para contagem de folículos antrais (USTV-CFA)”, comenta Raquel Guimarães.

A dosagem do hormônio FSH e a USTV-CFA deve ser realizada preferencialmente entre o 3º e 5º dias do ciclo menstrual. Para avaliar o aspecto morfológico das trompas e verificar se estão desobstruídas, realiza-se um exame chamado de histerossalpingografia, preferencialmente entre o 8º e o 11º dias do ciclo.

“Uma injeção de contraste dentro do útero através do colo uterino é acompanhada por radiografias seriadas até que a substância, que será absorvida posteriormente pelo próprio organismo, seja eliminado na cavidade abdominal”, afirma a ginecologista.

Embora seja um exame com certo grau de desconforto, a histerossalpingografia é extremamente importante, principalmente para casais que querem conceber naturalmente, porque estuda o que acontece na trompa, onde ocorre o encontro do óvulo com o espermatozoide.

NO HOMEM – No homem, o espermograma é o exame realizado para avaliar a produção e qualidade espermática. Para isso, o esperma deve ser colhido preferencialmente após um intervalo mínimo de dois e máximo de cinco dias sem relações sexuais. A coleta pode ser realizada em casa com alguns cuidados específicos.

Exames para avaliação de outras patologias como hipotireoidismo, hiperprolactinemia, ovários policísticos, amenorreia, etc., podem ser solicitados com base na avaliação inicial do casal. Além deles, exames sorológicos para avaliação de doenças sexualmente transmissíveis podem também ser solicitados.

“Geralmente, após a realização dos exames descritos acima já é possível programar o tratamento ideal para cada caso. No entanto, há casos em que a alteração evidenciada nos exames iniciais pode requerer uma avaliação complementar, devendo, assim, a decisão sobre o tratamento proposto ser postergada”, finaliza a médica Raquel Guimarães.

ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO – O ideal é que todos os casais que realizarão um tratamento de reprodução assistida, independente do grau de complexidade, sejam acompanhados por um profissional de psicologia capacitado em reprodução assistida para lidar melhor com as expectativas, ansiedade, insegurança, dúvidas e frustrações.

Por Larissa Sampaio
Conversa Coletivo de Comunicação Criativa