A gravidez ectópica é uma gestação que acontece fora do útero e hoje representa cerca de 2% das gestações, sendo também responsável por aproximadamente 5% das mortes maternas. “Em 95% dos casos, a gravidez ectópica ocorre nas trompas, conhecida como gestação ectópica tubária, mas também pode acontecer na região ovariana, abdominal e até em cicatriz de cesárea”, explica Andrea Damasceno, ginecologista da Genesis Brasília.
As maiores causas da gestação ectópica estão relacionadas à cirurgias e infecções pélvicas que a paciente já teve. “Nem sempre essas infecções na região pélvica são assintomáticas, ou seja, a paciente não apresentou nenhum sintoma, mas ainda assim, ocorreu um processo inflamatório naquela região”, comenta a especialista.
O sintoma mais presente em casos de gestação fora do útero é a dor pélvica aguda. Andrea Damasceno salienta que pacientes com atraso menstrual ou com teste de gravidez positivo que estejam sentindo dor na região pélvica, associada ou não à sangramento, devem procurar um serviço de urgência imediatamente.
TRATAMENTO – O tratamento da gestação ectópica pode ser medicamentoso ou cirúrgico. Em casos de cirurgia, normalmente existem duas alternativas: a primeira é a retirada do saco gestacional e a segunda consiste na remoção da trompa.
“Caso a mulher tenha sido diagnosticada com gestação ectópica e já passou pela retirada de uma trompa, ela ainda tem chances de ter uma gravidez normal, entretanto, as chances de outra gestação fora do útero são maiores, em média 10%”, comenta a especialista.
Andrea Damasceno comenta que a Fertilização In Vitro (FIV) pode ser uma alternativa de tratamento. “Pacientes diagnosticadas com gestação fora do útero e que já passaram pela cirurgia de retirada das trompas, podem optar pela FIV. É essencial conversar com seu médico e entender todas as possibilidades e riscos de cada estratégia para ter filhos”, alerta.
RISCOS – Além de pacientes que já foram diagnosticadas terem maiores chances de uma segunda gestação ectópica, mulheres com endometriose também podem estar mais propensas a terem essa gestação fora do útero. Isso acontece devido à aderência pélvica causada pela doença no endométrio.
“Importante salientar também que a gestação ectópica não tem relação com a idade da mulher”, finaliza Andrea Damasceno.
Por Larissa Sampaio
Conversa Coletivo de Comunicação Criativa