Novembro é o mês de prevenção contra o câncer de próstata, o segundo mais comum entre homens no Brasil e no mundo. Além das consequências debilitantes para a saúde, os tratamentos para a doença (radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e cirurgia) podem levar à infertilidade porque podem reduzir ou até mesmo interromper a produção de espermatozoides.
“Sem a próstata, a produção do líquido seminal é afetada, ou seja, o homem fica infértil. Em casos em que não é preciso retirar a glândula, o tratamento pode eliminar a produção dos espermatozoides. Já na cirurgia de remoção da glândula, a produção cessa”, explica Joseph Monteiro, urologista da Genesis.
Preservação da fertilidade – Mas o diagnóstico da doença não é impedimento para homens que desejam ter filhos. Existem técnicas eficientes de preservação de fertilidade a que pacientes podem recorrer antes de iniciar o tratamento para posteriormente realizarem o desejo de ter um bebê por meio de técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro e a inseminação artificial.
A mais comum é o congelamento de espermatozoides. Também chamada de criopreservação, esta técnica possibilita o armazenamento de material genético em tanques de nitrogênio a -196 °C por longos períodos, o que garante a viabilidade de uso por tempo indeterminado.
“Nos casos cirúrgicos, além da possibilidade do congelamento antes da intervenção, ainda é possível obter posteriormente os espermatozoides diretamente do testículo para o processo de fertilização in vitro”, explica Joseph.
Aumento de casos – O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima para este ano (o dado é o mesmo de 2018) um total de 68.220 novos casos de câncer de próstata. O aumento da incidência deste tipo de tumor no Brasil pode ser parcialmente justificado por diversos fatores.
“A evolução dos meios diagnósticos, o aumento da expectativa de vida e a maior conscientização da população masculina sobre o rastreamento em pacientes assintomáticos de acordo com a idade e histórico familiar são alguns dos principais”, detalha o urologista. Já os fatores de risco para o desenvolvimento da doença são idade e histórico familiar de câncer de próstata em parentes de primeiro grau.
Diagnóstico – A relutância em realizar o exame de toque retal – cujo objetivo é identificar o crescimento da próstata (na maioria das vezes, benigno) – dificulta um possível diagnóstico precoce, o que é preocupante porque, em fases iniciais, o câncer de próstata geralmente não apresenta sintomas. “Em fases mais avançadas, podem surgir sintomas causados pela invasão de órgãos vizinhos como uretra, bexiga e reto, ou através da corrente sanguínea podem atingir até ossos e pulmões” detalha o urologista.
O câncer de próstata também pode ser identificado por meio do PSA, exame de sangue que avalia a quantidade de antígeno prostático específico, substância produzida pela glândula. Um profissional deve sempre avaliar a necessidade de realizar exames complementares.
“O diagnóstico precoce é a melhor forma de tratamento, sendo recomendado pela Sociedade Brasileira de Urologia. Em pacientes com menos de 50 anos, indica-se o rastreamento de rotina e, quando da ocorrência de histórico familiar da doença, a partir dos 45 anos”, reforça Joseph.
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Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada