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Como funciona a investigação da fertilidade feminina? Especialista responde

A fertilidade feminina é um fenômeno complexo e que depende de diferentes fatores. Apesar de muitas vezes ser condicionada à idade, nem sempre ela funciona da mesma forma para todas. Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada seis pessoas são prejudicadas pela infertilidade.

De acordo com a sócia e médica ginecologista do Centro de Assistência em Reprodução Humana – Genesis, Dra. Hitomi Miura Nakagawa, o primeiro passo na análise da fertilidade é investigar o histórico clínico pessoal, familiar e a qualidade de vida da pessoa. “Nessa avaliação geralmente fazemos o levantamento do peso, alimentação, sono, estresse, atividade física, fumo, uso de álcool e drogas, medicamentos, atividade sexual, padrão menstrual, infecções ou cirurgias pélvicas, além de fatores genéticos”, comenta.

Após esse primeiro procedimento, faz-se um estudo ginecológico de rotina e uma pesquisa de infecções ginecológicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).Quando necessário, pede-se ultrassonografia e histerossalpingografia. “Em alguns casos os médicos especializados podem solicitar exames hormonais. Sempre que possível, especialmente quando a idade e histórico chamam a atenção, realizar um exame focado na reserva ovariana”, explica a ginecologista.

Principais exames – A Dra. Hitomi comenta que são duas formas mais frequentes de se fazer uma estimativa da reserva de óvulos: por ultrassom dos ovários com a contagem dos folículos e pela dosagem do hormônio anti-mulleriano (AMH). “O hormônio é produzido por folículos imaturos (invólucros dos óvulos). Por isso, quanto maior a quantidade de óvulos, maior será a reserva e a possibilidade de resposta a uma eventual estimulação ovariana”, assegura.

Ela ainda destaca que essas avaliações refletem a quantidade de óvulos e isso pode ser uma informação relevante para orientação terapêutica e análise de possível taxa de sucesso.

A especialista também expõe que as taxas de sucesso de alguns tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV) por exemplo, são determinadas pela idade da paciente. Quanto maior a idade, menores as chances. “Por outro lado, na análise da reserva ovariana, quanto mais óvulos tiverem sido identificados, maiores as chances de gravidez por propiciar mais tentativas para engravidar”, complementa.

A médica explica que, por se tratar de uma análise indireta da reserva ovariana, o AMH pode inferir a necessidade de uma abordagem mais precoce. “Como existem casos de pacientes mais jovens que já contam com uma baixa reserva, os índices podem prever uma baixa resposta a tratamentos. Nesse contexto, não significa que ela seja infértil. Porém, indica que será necessária maior atenção, além do planejamento e controle de expectativas. É um exame que permite que a mulher se organize de acordo com sua reserva, ou mesmo que opte pelo congelamento de óvulos”, conclui a Dra. Hitomi.