Celebrado em 4 de fevereiro, o Dia Mundial de Combate ao Câncer conscientiza a população sobre os avanços no tratamento da doença. Atualmente, com constantes inovações da medicina e da tecnologia, é possível preservar a fertilidade de pacientes diagnosticados com câncer que desejam ter filhos no futuro.
A ginecologista da área de reprodução humana e diretora do Centro de Assistência em Reprodução Humana – Genesis, Dra. Hitomi Nakagawa, explica que muitas pessoas diagnosticadas com câncer estão em idade reprodutiva e, com os avanços no tratamento da doença, as chances de cura são altas. “Isso abre a possibilidade para que o paciente realize o sonho de ter filhos, mas é fundamental agir no momento certo, ou seja, antes de iniciar a quimioterapia ou radioterapia”, diz.
O processo de preservação da fertilidade exige um atendimento multidisciplinar e envolve diversos profissionais, incluindo oncologistas, mastologistas, psicólogos e especialistas em reprodução assistida. Em muitos casos, a quimioterapia e a radioterapia podem prejudicar permanentemente os órgãos responsáveis pela reprodução, como os ovários nas mulheres. “É crucial que esses pacientes sejam orientados a procurar um centro especializado em reprodução assistida antes de iniciarem o tratamento oncológico. A perspectiva de um futuro é sempre estimulante nesses casos”, enfatiza a Dra. Nakagawa.
Preservação da fertilidade – As alternativas para preservar a fertilidade são muitas, como o congelamento de óvulos, espermatozoides e até embriões antes de iniciar os tratamentos como a quimioterapia ou radioterapia. Os procedimentos de congelamento de óvulos e espermatozoides podem ser feitos em qualquer estágio do diagnóstico, sem implicações éticas no descarte desses materiais.
Por outro lado, o congelamento de embriões é recomendado em situações específicas – já que na eventualidade de um resultado adverso como o falecimento do paciente, ainda gera debates éticos.
Também é importante destacar que a Genesis é pioneira no Centro-Oeste no congelamento de óvulos, tendo obtido o primeiro nascimento em 2010. “Nos anos de 2016 e 2017, tivemos os primeiros nascimentos de crianças de mulheres que haviam congelado seus óvulos após diagnóstico de câncer de mama. Com a alta do tratamento e liberação para gestar, essas mulheres foram submetidas à fertilização assistida e tiveram filhos”, conclui Nakagawa.