A estimulação ovariana controlada é um tratamento farmacológico para desenvolver os folículos ovarianos até torná-los maduros. É nos folículos que os óvulos ficam contidos, e os óvulos precisam ser fecundados para gerar um embrião que, eventualmente, se tornará um bebê.
A estimulação ovariana pode ser usada em Coitos Programados e para Inseminação Intrauterina, por exemplo. Estas são técnicas de reprodução assistida que requerem uma estimulação mais leve e com menos medicamentos. “No Coito Programado e na Inseminação Intrauterina, queremos menos folículos maduros para evitar gestação múltipla”, explica Hitomi Nakagawa, sócia e ginecologista da Genesis – Centro de Assistência em Reprodução Humana. “Mas em técnicas como a Fertilização in Vitro (FIV) esperamos ter o máximo de óvulos maduros de um ciclo, então essa estimulação precisa ser mais intensa para que tenhamos mais óvulos maduros passíveis de serem inseminados em laboratório e formar um número adequado de embriões”, continua.
No período menstrual há vários folículos em desenvolvimento aptos a responder à estimulação ovariana. No ciclo natural, geralmente somente um folículo evolui e matura, e o resto é descartado pelo corpo. “É nesse lote a ser descartado que buscamos resgatar o maior número de folículos na estimulação ovariana”, explica Nakagawa.
Como se faz o controle de um ciclo de estimulação ovariana?
Primeiro, é realizada uma ultrassonografia pélvica, geralmente via transvaginal, no início do ciclo menstrual, para ver se não existe cisto residual de um ciclo anterior que poderia estar produzindo hormônios e interferindo no ciclo que estamos tentando estimular. Se não houver cistos e o ovário tiver folículos menores do que 10 milímetros, em média, está liberada a estimulação ovariana.
Por quanto tempo se usa a medicação?
Na medicação estimulante ovariana, de via oral, cerca de cinco dias é o mais frequente. No entanto, para os injetáveis, o tempo de uso seria de oito a doze dias em média.
A estimulação ovariana reduz a reserva de óvulos?
Quando são realizadas estimulações ovarianas repetidas, não há redução da reserva de óvulos da mulher ou antecipação da menopausa de forma significativa. “Algumas mulheres têm postergado muito a gestação, e chamamos atenção quanto a isso porque, à medida que a faixa etária da mulher avança, há naturalmente redução do número de folículos e consequentemente de óvulos. Não é raro pacientes mulheres com poucos folículos para serem estimulados”, alerta Hitomi.
A estimulação ovariana aumenta a produção de óvulos?
Isso não é verdade. Não é possível criar óvulos. “O que uma estimulação ovariana faz é incrementar o desenvolvimento de folículos e maturar os óvulos daquele ciclo específico”, reforça a ginecologista.
Estimulação ovariana engorda?
O ciclo de estimulação envolve uma rotina específica de datas marcadas para receber medicação. A ansiedade durante o processo pode levar a um estado psicológico em que as escolhas alimentares possam resultar em ganho de peso. “Mas o ovário aumenta, sim, então a região pélvica e abdominal pode ficar mais inchada, porque estamos provocando uma estimulação em que os folículos estão crescendo e maturando. Isso é desejado e um dos efeitos que pode ocorrer.
Algumas pacientes também vêm já com uso de outras medicações. Isso precisa ser relatado aos profissionais antes, para que possamos avaliar possíveis reações no processo”, detalha. Eventualmente, podem ser necessários medicamentos de preparo, de sensibilização ovariana, para melhorar a resposta do ciclo subsequente, mas isso requer a análise individual de cada paciente.
Atividade sexual e atividades físicas estão liberadas?
“Nos casos em que há evolução de poucos folículos, como no Coito Programado e na Inseminação, sim. Mas em casos de tratamentos como reprodução assistida e fertilização in vitro, em que há um hiperestímulo ovariano – o ovário realmente cresce, incha, fica pesado –, pode haver distensão do ligamento ovariano, inclusive com aumento da sensibilidade local. Em casos mais graves, o esforço físico pode acarretar situações extremas como a torção ovariana. Então, restringe-se a atividade física. Quanto à atividade sexual, dependendo do tipo de procedimento e da sensibilidade da pessoa, está liberada”, explica Nakagawa.
Posso viajar durante o tratamento de estimulação ovariana?
Dependendo do tipo de procedimento e da data marcada para coleta de óvulos e do retorno para monitoração da ovulação, esses ajustes devem ser feitos antes de se iniciar o ciclo de estimulação ovariana.
Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada