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Reprodução Assistida é importante aliada de pessoas trans no sonho de ter filhos

Janeiro é o mês da Visibilidade Trans, comemorada no dia 29. A data conscientiza a sociedade sobre as reivindicações das populações travesti e trans brasileiras. A reprodução assistida não fica de fora disso e oferece diferentes opções de tratamentos para quem deseja ter filhos. 

Os procedimentos para pessoas transgênero podem mudar de acordo com o contexto individual e propósito reprodutivo de cada um. De acordo com um levantamento realizado pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp), aproximadamente 1,9% da população adulta brasileira, ou aproximadamente 4 milhões de pessoas, é transgênero e não binária.

Segundo a sócia e médica ginecologista do Centro de Assistência em Reprodução Humana – Genesis, Dra. Hitomi Miura Nakagawa, vale ressaltar que cada paciente é um caso único e os métodos disponíveis podem variar de acordo com a saúde reprodutiva, idade, preservação da fertilidade antes da transição, entre outros fatores. 

Veja as principais opções listadas pela médica:

Criopreservação de gametas – Este método é indicado para indivíduos que desejam preservar sua fertilidade antes de iniciar a transição de gênero. “É recomendável e quase sempre possível realizar o congelamento de óvulos e de esperma. Essa preservação permite que os gametas sejam utilizados posteriormente para a concepção por meio das técnicas de reprodução assistida”, explica.

Inseminação artificial com recepção de esperma – Neste caso, a inseminação é uma opção que envolve a introdução de esperma no útero para a fertilização natural dos óvulos da pessoa trans. “O semen pode ser proveniente de banco ou de familiar até o quarto grau, desde que não se incorra em consanguinidade”, assegura a Dra. Hitomi.

Fertilização in vitro (FIV) – O procedimento envolve a estimulação dos ovários da pessoa trans, a fim de obter múltiplos óvulos maduros que são, então, inseminados em laboratório com esperma de um doador ou do(a) parceiro(a). “Os embriões resultantes são transferidos para o útero da pessoa trans ou de uma cedente temporária de útero, que pode ser parente de até quarto grau de um dos parceiros, se necessário”, diz.

Cessão temporária de útero – A técnica também é conhecida como “barriga solidária”. É um procedimento indicado para pessoas transgênero que passaram por uma cirurgia de redesignação sexual e a gestação própria esteja impedida. “Neste contexto, a opção da barriga solidária pode ser considerada. No caso, uma terceira pessoa gesta o embrião por meio das técnicas de FIV”, conclui.

Gravidez solo – Quando não há parceiro(a), a modalidade permite: a) gestar com semen de doador (parente ou não) ou b) realizar FIV de modo que os óvulos de uma doadora são inseminados com semen próprio e a gestação em cedente temporária de útero.