Genesis

Search
Close this search box.

Infertilidade: saiba mais sobre a condição que atinge cerca de 15% dos casais do mundo

Junho é o mês mundial da conscientização da infertilidade, condição que atinge entre 50 e 80 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que o número de pessoas inférteis chegue a 8 milhões. É considerado infértil quem tenta engravidar durante 12 meses e não consegue.

As principais causas conhecidas de infertilidade se devem a fatores femininos (30%), fatores masculinos (30%), fatores combinados (20%) e fatores não determinados (20%). Devido à alta prevalência de fatores combinados, é sempre importante realizar uma avaliação ampla do casal.

“Entre os fatores femininos podemos citar a falência ovariana, distúrbios da ovulação, anomalias uterinas ou cervicais, obstrução e anomalias das tubas uterinas e endometriose. Já entre os fatores masculinos, alguns exemplos são: alterações testiculares, obstrução de ducto deferente, alterações da ejaculação e da ereção, varicocele e alterações do esperma”, detalha a ginecologista da Genesis Maria Eduarda Amaral.

Cuidados e prevenção – O principal conselho é não postergar excessivamente a gravidez, visto que há uma diminuição relevante, progressiva e irreversível da reserva ovariana após os 35 anos, tornando-se mais expressiva aos 37 e decisiva após os 40. Devido ao cenário imprevisto de pandemia da covid-19, contudo, é preciso reavaliar a decisão de ter ou não filhos de acordo com alguns fatores. Já falamos sobre isso neste outro texto.

“Outro cuidado importante é não negligenciar sinais de doenças que podem ter impacto na fertilidade. Pacientes que têm histórico de ciclos menstruais irregulares, infecções pélvicas pregressas ou cólicas menstruais importantes devem buscar avaliação ginecológica imediata. Do mesmo modo, homens com algum agravo que possa afetar o potencial fértil precisam também ser já avaliados – alguns exemplos são homens com varicocele ou que fizeram uso de esteroides androgênicos anabolizantes”, explica Maria Eduarda.

Em alguns casos, como o de pacientes com câncer que passarão por quimioterapia tóxica aos ovários e testículos, existe a possibilidade de prever perda de potencial reprodutivo. Essas situações devem ser avaliadas por um especialista em fertilidade, que indicará o congelamento de óvulos ou espermatozoides antes do início do tratamento.

Doenças ou fatores de risco que podem agravar o quadro de infertilidade – O estilo de vida tem forte impacto na fertilidade, com destaque para a forma como o tabagismo e o consumo de agrotóxicos influenciam na qualidade dos óvulos e espermatozoides. A obesidade, que é epidêmica no mundo atual, também tem efeitos negativos na fertilidade, seja dificultando uma gestação natural ou interferindo nos resultados dos tratamentos. “Adotar um estilo de vida saudável, com bons hábitos alimentares e exercício físico, é importante para preservar a saúde fértil”, recomenda Maria Eduarda.

Tratamentos – Podem ser divididos entre os de baixa complexidade e os de alta complexidade. “Os de baixa complexidade são as modalidades onde a formação do embrião ocorre dentro do corpo da mulher, como a relação sexual programada e a inseminação artificial. Já nos de alta complexidade, a fertilização ocorre no laboratório de reprodução humana. É o que chamamos de fertilização in vitro (FIV)”, diferencia a ginecologista.

A indicação do tratamento de reprodução assistida varia também de acordo com o grau de infertilidade da mulher ou do casal. “Para que possamos indicar o melhor tratamento, é imprescindível avaliar os fatores de infertilidade do casal, o tempo de tentativas e a idade da mulher. Também é importante avaliar tratamentos anteriores, para poder rever estratégias e buscar otimizar as chances de sucesso”, salienta.

Novas pesquisas e perspectivas futuras – Uma área que vem avançando muito é a de preservação de fertilidade, com as técnicas de congelamento de tecido ovariano. Existem também avanços na parte de genética, com a ampliação do conhecimento sobre as técnicas não invasivas de análise embrionária. “Há avanços também no desenvolvimento de softwares de análise morfocinética embrionária, observando o desenvolvimento do embrião em tempo real e usando inteligência artificial para seleção do melhor para transferência para o útero. Acredito que seguiremos tendo muitos avanços, que serão incorporados gradativamente na prática clínica”, finaliza Maria Eduarda.

 

Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de comunicação integrada