Casos de fertilização in vitro aumentaram 17% em 2017, segundo a Anvisa
Realizada pela primeira vez na Inglaterra, em 1978, e introduzida ao Brasil em 1983, a fertilização in vitro (FIV) pode ser a solução para quem sonha em ter filhos e não consegue engravidar. E a técnica tem sido cada vez mais procurada.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2017 foram registrados 78.216 casos de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e congelados nas clínicas de reprodução assistida, representando um aumento de cerca de 17% da utilização dessa técnica no país em relação ao ano anterior.
Vários fatores podem interferir no êxito do procedimento. Para o dr. Adelino Amaral, ginecologista e sócio da clínica Genesis, o principal é a idade da mulher, fator relacionado à quantidade e à qualidade de óvulos que ela produz. Quanto mais óvulos a mulher produzir no processo de estimulação ovariana, maior serão as chances de engravidar. “Todavia, depois dos 35 anos há queda importante na produção desses óvulos. Consequentemente, a cada ano que passa depois dessa idade, há uma diminuição da probabilidade de gravidez”, acrescenta.
Outro ponto crucial é a qualidade do laboratório e da equipe médica: todos devem ser capacitados para realizar todas as técnicas de reprodução assistida, desde uma inseminação intrauterina até a técnica mais sofisticada, que é a fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática do espermatozoide.
“O laboratório também deve possuir um bom programa de congelamento de embriões e de óvulos para que os embriões excedentes sejam congelados e resultem, quando aquecidos e transferidos, em boas taxas de gravidez”, complementa Amaral. É importante, ainda, que a clínica seja capaz de fazer biópsias nos embriões para determinar se eles têm a constituição cromossômica normal.
Amaral reforça que, trabalhando nessas condições, é possível escolher o embrião com maior chance de ser implantado. “Isso faz toda a diferença. Quando você tem técnicas precisas de seleção embrionária, consegue reduzir o tempo necessário para a pessoa engravidar”.
Inseminação intrauterina – Consiste na transferência de espermatozoides processados em laboratório para o interior do útero da mulher após ela ter sido estimulada para a ovulação.
Fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática do espermatozoide – Por meio de um microscópio com micromanipulador, os espermatozoides são injetados nos óvulos (um espermatozoide por óvulo) para obtenção dos embriões.
Congelamento de embriões – Os embriões excedentes são colocados em uma solução especial com uma substância protetora e depois estocados em botijões de nitrogênio líquido, onde a temperatura chega a -196ºC. Embriões congelados apresentam a mesma taxa de sucesso que os embriões a fresco, e essa técnica oferece a vantagem de uma nova chance de gestação com menor custo.
Por Gabriela Brito Conversa Coletivo de Comunicação Criativa