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Entenda como a síndrome do ovário policístico pode afetar o sonho da maternidade

A síndrome do ovário policístico (SOP) é o distúrbio endócrino mais comum entre mulheres em idade reprodutiva, sendo responsável por cerca de 80% dos casos de infertilidade anovulatória (quando há ausência de ovulação) e atingindo de 8% a 13% da população estudada, de acordo com critérios diagnósticos utilizados. Assim, a condição pode ser um entrave para quem sonha ser mãe.

“A síndrome do ovário policístico pode afetar a fertilidade feminina porque está associada à ausência de ovulação”, explica Larissa Maciel, ginecologista da Genesis. Felizmente, existem tratamentos médicos capazes de reverter esse quadro.

Para pacientes que desejam engravidar e não apresentam outros fatores de infertilidade além da anovulação, o último consenso publicado em 2018 pelas Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE) propõe o letrozol como tratamento de primeira linha. O citrato de clomifeno e a metformina também podem ser utilizados.

Já o tratamento de segunda linha seria o uso de gonadotrofinas. Por fim, para pacientes que não responderam a nenhuma dessas terapias, a terceira opção seria a fertilização in vitro (FIV).

Fatores e sintomas – “As características mais comuns desta condição costumam ser os sinais clínicos de hiperandrogenismo (aumentos dos efeitos do excesso de hormônio masculino), como acne, aumento de pêlos, excesso de oleosidade na pele, queda de cabelos e distúrbios ovulatórios, como ciclos menstruais longos ou até ausência de menstruação”, explica Maciel.

Entre as principais causas da doença estão fatores genéticos, ambientais e metabólicos, como resistência à insulina. Em geral, essas pacientes também têm sobrepeso ou obesidade e costumam apresentar aumento dos índices de depressão e ansiedade.

“Por haver vários fatores envolvidos, mulheres que sofrem da síndrome do ovário policístico devem ser acompanhadas por uma equipe multiprofissional, sendo sempre orientadas a manter um estilo de vida saudável que inclua atividade física e boa alimentação, porque a redução do peso, em torno de 5 a 10%, geralmente ajuda a retomar e melhorar a resposta aos indutores da ovulação ou resultar em ovulação espontânea”, complementa Maciel.

Para ser diagnosticada com a condição, a mulher deve apresentar dois de três critérios: poucas menstruações durante o ano ou falta dela, hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial e detecção de ovários com aspecto ecográfico de policísticos, caracterizado pela presença de 20 ou mais folículos em cada ovário e/ou volume ovariano superior a 10 cm³. Lembrando sempre de descartar outras causas de hiperandrogenismo, como tumor ovariano produtor de androgênio, hiperplasia adrenal congênita, disfunção tireoidiana, tumor adrenal e hiperprolactinemia.

 

Por Gabriela Brito | Conversa – Estratégias de Comunicação Integrada