14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes, que é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. Além de levar ao aumento da glicemia e causar complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos, o distúrbio é um fator de risco para mulheres que estão tentando engravidar e também para as gestantes.
Existem três tipos de diabetes: 1, 2 e gestacional. “O principal problema em comum nos três tipos de diabetes é a alta taxa de glicose no sangue (hiperglicemia). Ela interfere em eixos neuroendócrinos que podem alterar tanto a função ovariana quanto a tireoidiana, acarretando até a anovulação crônica, por exemplo, que é a interrupção da liberação de óvulo no período fértil”, explica a dra. Raiene Barbosa, ginecologista da Genesis.
“Além de a mulher ter mais dificuldade de engravidar, o feto tem mais risco de malformações genéticas, de complicações obstétricas durante e após a gestação, problemas de saúde na fase adulta ou até mesmo de abortamento espontâneo”, acrescenta.
O tratamento da mulher com diabetes que pretende engravidar deve começar no planejamento da gravidez, para buscar a normalização da glicemia na pré-concepção e sua manutenção durante toda a gestação.
“O diabetes pode ter consequências mais críticas no início da gestação, durante o primeiro trimestre. Por isso, o acompanhamento pré-gestacional e o planejamento da gravidez são fundamentais para monitorar a saúde da mãe e da criança. Se a hiperglicemia materna ocorrer após o segundo trimestre, o feto pode apresentar hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, hipocalcemia, policitemia e síndrome de desconforto respiratório”, ressalta a médica.
Diabetes tipo 1 – Pacientes com este tipo da doença não produzem insulina suficiente. “A mulher com diabetes tipo 1 que estiver tentando engravidar deve fazer um acompanhamento com um endocrinologista e manter um bom controle glicêmico, até porque um descontrole do diabetes está relacionado à descompensação da glândula tireoide, que leva à anovulação e a ciclos menstruais irregulares, interferindo na fertilidade da mulher”, ressalta Barbosa.
Diabetes tipo 2 – Ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. Este tipo de diabetes geralmente está associado a sedentarismo, sobrepeso, hipertensão, triglicerídeos altos e hábitos alimentares não saudáveis que, por sua vez, podem desencadear outras doenças. Por isso, o acompanhamento médico constante é essencial.
Diabetes gestacional – Ocorre temporariamente durante a gravidez. As taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas ainda abaixo do valor para ser classificado como diabetes tipo 2. Segundo o Ministério da Saúde, este tipo de diabetes afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e implica risco aumentado de posterior desenvolvimento de diabetes para a mãe e para o bebê.
“O diabetes gestacional aumenta o risco de macrossomia fetal, que são aqueles bebês muito grandes e, por isso, pode levar a uma taxa mais elevada de partos cesarianos. Também aumenta o risco de morte súbita fetal, hipoglicemia fetal. Filhos de mães diabéticas também têm mais propensão a serem adultos diabéticos, obesos e com doenças cardiovasculares. Precisamos nos esforçar para sermos saudáveis e, assim, gerarmos bebês saudáveis”, finaliza a dra. Raiene.
Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de comunicação integrada